terça-feira, 26 de maio de 2009

Paradigmas na ação docente


Os paradigmas conservadores perduraram durante anos e, em muitos aspectos, ainda se encontram presentes no nosso cotidiano. Ao se analisar o paradigma newtoniano-cartesiano, aplicado à educação, rapidamente encontra-se falhas nos métodos utilizados por suas abordagens, reduzindo a educação a uma reprodução do conhecimento, quando não era permitido se questionar o conhecimento já elaborado, e sim decorá-lo e repetí-lo.
Com uma visão do todo, muito mais democrática, ética, fraterna e liberal, nasce o paradigma da complexidade. Este paradigma não surge do nada, ele é um aprimoramento do paradigma newtoniano-cartesiano, e sua intenção é superar as falhas do anterior, e, no âmbito educacional, modificá-las em prol de um melhor aproveitamento escolar. Sua intenção deixa de ser a da reprodução do conhecimento, passando a incentivar a produção deste.
As abordagens inovadoras propõem uma educação muito mais ativa e participativa, onde alunos e professores trabalham a favor da construção do conhecimento. Neste contexto, não há duvida de que o paradigma da complexidade nos traz propostas valiosas para um melhor aproveitamento do processo escolar.
A aliança sugerida por Marilda Behrens é acertada quando se trata de uma docência para o ensino superior, onde as abordagens Progressista e Holística precisam vir acompanhadas do Ensino com pesquisa, grande diferencial deste nível escolar, que deve ser bastante instruído e incentivado, buscando o que a própria autora chama de “aprender a aprender” (BEHRENS, 2009, p. 82).
Contudo, em alguns aspectos, o paradigma da complexidade ainda não se faz presente, e seria errado afirmar que o paradigma newtoniano-cartesiano já foi totalmente superado. Ao analisarmos uma das diferenças principais entre os dois paradigmas, a visão fragmentada e a visão do todo, verificamos que esta ainda esta longe de ser superada. É certo que nos dias atuais se discute muito a interdisciplinaridade, contudo, a fragmentação do conhecimento em cursos, séries, disciplinas e conteúdos ainda é uma realidade longe de ser superada, e cada dia ganha mais força.
Outro aspecto longe de tornar-se realidade, é a auto-avaliação, proposta pelo paradigma da complexidade. Neste contexto, os alunos tornam-se responsáveis por seus aprendizados, fazendo uma auto-avaliação de seus desempenhos, o que seria difícil de acontecer na prática, pois, certamente, poucos alunos se avaliariam como insuficientes, se fosse o caso, provando que, na maioria dos casos, existe uma imaturidade quanto a esta responsabilidade. A própria avaliação ainda se encontra muito tradicional, dando-se através de notas.
Discussões a parte, o paradigma da complexidade trouxe valiosas sugestões e ensinamentos, para auxiliar o docente na procura de uma educação mais justa e igualitária, visando a produção do conhecimento, e a formação de cidadãos criativos e críticos.

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