sábado, 12 de dezembro de 2009

Me sinto com quinze anos novamente
As mesmas sensações infantis
Os mesmos desejos juvenis
Os velhos sonhos que aprendi

Me sinto com quinze anos novamente
Velhos vícios são deixados de lado
Novos vícios nascem
Você é um deles

Uma letra na tela, sem ser falada
Uma voz sem corpo para ser visto
Uma voz que ecoa no meu ouvido

Me sinto com quinze anos novamente...

Leide Vonlins

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Quem morre?

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam os brilhos dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda